"Podemos atravessar todos os postos fronteiriços", afirmou, em declarações à agência francesa AFP, Michal Derus, porta-voz da alfândega de Lublin, depois de o posto de Hrebenne ter sido desbloqueado no domingo à noite.

As restantes passagens abriram uma após a outra, seguindo as decisões dos manifestantes ou das autoridades locais.

Os agricultores bloquearam as passagens de fronteira com a Ucrânia para protestar contra a entrada de alimentos procedentes do país vizinho, cujas importações foram permitidas em 2022 pela União Europeia (UE) -- após a invasão da Ucrânia pela Rússia -, uma decisão que levou a perturbações no mercado agrícola e alimentar na Polónia.

Derus explicou que "a partir de agora, todos os camiões serão autorizados a passar, a não ser que transportem produtos sujeitos a sanções" no âmbito do embargo imposto pela Polónia, nomeadamente aos cereais.

"Se os camiões transportarem este tipo de produtos (sujeitos a embargo), serão selados e só poderão passar em trânsito", acrescentou.

Kiev saudou imediatamente esta decisão por parte da Polónia.

"Expressamos a nossa gratidão ao ministério polaco pelo seu trabalho construtivo no desbloqueio da fronteira. Agradecemos também às associações setoriais de ambos os países", disse o ministro da Agricultura ucraniano, Mykola Solsky.

A reabertura, segundo o Ministério da Agricultura polaco, é resultado de negociações com os agricultores e surge após anúncios de ajuda governamental aos agricultores que não conseguem vender os seus armazenamentos de trigo num mercado saturado.

As negociações bilaterais "nada fáceis" entre os ministérios e as associações vão continuar, garantiu Solsky, anunciando uma nova ronda de conversações para 07 de maio.

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